sábado, 18 de agosto de 2012

Captação de água de chuva 2012



 CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA


     Entre os dias 14 e 17 de agoato de 2012 realizou-se em Campina Grande/PB o 8º Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva. Participamos também com a apresentação de um painel(banner) cujo conteúdo resumido segue abaixo.




INSTALAÇÃO DE CISTERNA ELEVADA EM UMA GRANJA NA REGIÃO LITORÂNEA DO RIO GRANDE DO NORTE

 

1-      POR QUE CAPTAR ÁGUA DA CHUVA EM LOCAIS COM BOA PRECIPITAÇÃO?
A qualidade da água principalmente nas grandes cidades gera preocupação por parte das autoridades. Segundo a TRIBUNA DO NORTE, durante os últimos dez anos, por exemplo, 38 poços tiveram de ser desativados na cidade de Natal/RN, por conta da alta concentração de nitrato registrada nas águas retiradas dessas fontes.
      De acordo com GERHARDT(2012), na região de Ribeirão Preto e Triângulo Mineiro, por exemplo, o desabastecimento causado nos 47 bairros no dia 01/03/2012 teve relação direta com a falta de energia elétrica durante a madrugada. É todo um sistema integrado e com a queda da eletricidade as bombas e equipamentos responsáveis pela distribuição de água nas regiões atingidas deixaram de funcionar.
A captação de água da chuva apresenta-se, portanto, como alternativa de baixo custo e uma medida importante também em áreas não sujeitas a estiagem prolongada, pois a contaminação dos lençóis freáticos e a relação do abastecimento de água com a disponibilidade de energia elétrica são apenas alguns fatores que afetam a qualidade e a quantidade da água disponível para utilização humana.


2-      OBJETIVOS

O presente trabalho relata a experiência da instalação e utilização de uma cisterna construída de forma a estar elevada do solo. Tal modelo de cisterna apresenta vantagens em relação às cisternas convencionais, pois possibilita a utilização de água em áreas próximas que estejam em nível inferior ao assoalho da cisterna através da força gravitacional, além de facilitar os procedimentos de retirada da água e a manutenção de sua qualidade. A experiência apresenta ainda uma forma de otimização do relevo local, utilizando a força da gravidade para abastecimento de uma pia, além de um projeto de banheiro abastecido com água de chuva a ser instalado na propriedade.

3-      A CISTERNA ELEVADA
Optou-se por construir uma cisterna que possibilitasse facilidade de uso, rapidez na sua instalação e que, ao invés das cisternas construídas abaixo ou ao nível do solo, possibilitasse também a utilização de água pela força da gravidade.
Em atividades que exigem pequenas quantidades de água em intervalos curtos, como por exemplo a irrigação de jardins e hortas, a cisterna elevada dispensou a utilização da bomba, poupando o equipamento e representando economia energética.
 Pela dispensa do uso de baldes ou canecas, não há contato com a água nem abertura desnecessária da tampa da cisterna, pois o abastecimento ocorre através de canos colocados no nível do assoalho da mesma. 

4-      MATERIAIS E MÉTODOS (SISTEMA ATUAL)
 A cisterna é de polietileno e possui 500L de capacidade. Existe uma base construída com cimento e tijolos que circunda toda a cisterna, protegendo-a contra impactos e elevando-a 40cm do solo . A captação se dá através de uma calha de zinco com 3m de comprimento por 50cm de largura, que colhe água pluvial proveniente de parte do telhado da casa. Há uma peneira de uso doméstico que foi adaptada e fixada no orifício de saída de água da calha, servindo como filtro inicial para retenção de folhas ou pequenos animais. O cano que liga a calha ao reservatório tem 1,80m e diâmetro de 100mm. Na saída do reservatório (ponto A) existe um registro de passagem e dois canos de ½ polegada (saídas 01 e 02).
A poucos metros de distância há um pequeno jardim que é irrigado através de uma mangueira encaixada na saída numero 01 da cisterna. Esta mesma mangueira é suficiente para possibilitar a irrigação de uma pequena horta que dista 20m da mesma.
Em relação às cisternas tradicionais, o fato de ser elevada facilita a distribuição da água. Como o terreno possui inclinação de aproximadamente 4°, a saída numero 02 da cisterna alimenta através de um cano subterrâneo a pia de uma área de lazer situada a 47m de distância (ponto B).  A torneira eleva-se do solo 120 cm e possui excelente vazão, permitindo que atividades como lavagem de pratos e talheres, anteriormente realizadas dentro da casa, possam ser efetuadas na própria área de lazer. 

5-      AMPLIAÇÃO DO SISTEMA
Diante da existência de toda a infraestrutura para captação, armazenagem e condução de água, existe o projeto para construção de um banheiro que terá chuveiro, pia e vaso sanitário abastecidos por água da chuva. O referido banheiro será construído em uma área distante 39m da cisterna(Ponto C). Foi verificada a altura máxima atual que a água atingiria se o banheiro fosse ali construído e verificou-se que naquela distância a altura máxima é de 1,65m, exigindo algumas adaptações para que a água chegue a uma altura suficiente para possibilitar a utilização do chuveiro.
 Como solução foi encontrada a posterior ampliação da distância da cisterna em relação ao solo, além do aumento de sua capacidade. Para isso será adquirido um reservatório de 2000L, além de um incremento de 1 metro na base de tijolos, fazendo com que a cisterna esteja a 1,40m do solo e a água alcance 2,65m no ponto C. Isto possibilitará uma boa vazão de água no chuveiro e demais equipamentos do banheiro.

 

6-      CONCLUSÃO

O uso da cisterna elevada e os projetos de otimização da declividade do terreno  servem como exemplo para propriedades que possuam topografia semelhante e possam adaptar este projeto a suas realidades, possibilitando as vantagens anteriormente citadas, com baixo custo. Constitui-se também como alternativa para quintais em áreas urbanas, disponibilizando água para utilização em jardins e hortas domésticas ou consumo humano em situações de desabastecimento temporário.